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O Que Aprendi Com a AirBnB Para Inovar na Gestão de Pessoas

Como uma empresa poderia oferecer hospitalidade e boas experiências se não fosse capaz de proporcionar isso, primeiro, aos seus próprios funcionários? 

Esse foi provavelmente o maior insight da AirBnb, fundada em 2008, conhecida como a maior empresa de hospedagem do mundo, sem ter um único quarto de hotel. 

Tudo isso conectando pessoas que precisam de uma hospedagem com outras que têm um espaço e querem receber dinheiro por isso. 

A fórmula deu tão certo que mesmo durante a pandemia a empresa cresceu 25% em 2021 em relação a 2019, praticamente o dobro do que Wall Street havia previsto para o período. 

Mas o que realmente chama a atenção na AirBnb é a forma como eles inovaram na gestão de pessoas. E talvez por isso tenham alcançado números tão impressionantes. 

3 Lições da AirBnb Sobre Gestão de Pessoas

No livro “A História da AirBnb”, de Leigh Gallagher, podemos mergulhar na história da empresa desde o seu início e, com isso, fazer algumas reflexões sobre a gestão de pessoas. 

Inovação e Oportunidades

“Eles conseguiram. Ainda que tenham chegado muito perto, eles não morreram. A AirBnb encontrou um público e começou a crescer. Eles decolaram.” 

Esse é um dos trechos do livro que nos faz refletir sobre inovação e coragem para identificar as oportunidades e aproveitá-las. 

O processo de inovação é um processo de experimentação e muitas tentativas. 

Quando estamos experimentando, fazendo uma coisa nova e diferente da que estamos acostumados, não deveríamos ter a expectativa de acertar de primeira

Eles conseguiram, mas o livro deixa claro que o processo não foi tão fácil. O processo de inovação e descoberta é, muitas vezes, penoso. 

Se você acertar na primeira tentativa, então isso significa que você não ousou o suficiente. Daí temos o que chamamos de melhoria implemental, não inovação. 

Design Para a Segurança

Se antes de inventarem o AirBnb alguém falasse para você que teve uma ideia de negócio; pegar a casa das pessoas e alugar quarto vazio para desconhecidos do mundo inteiro. 

Você provavelmente acharia essa ideia uma loucura. Isso é normal. 

Ideias muito diferentes e muito inovadoras geralmente causam medo em quem está ouvindo e a gente não pode subestimar esse fato – por mais que os fundadores da AirBnb fossem grandes visionários e tivessem a segurança de que existia um mercado para essa ideia. 

A possibilidade de que coisas ruins aconteçam é uma das principais questões que assustaram investidores quando a empresa estava saindo do papel. 

E eles tiveram que ouvir coisas como “alguém vai ser estruprado ou assassinado numa casa dessas e o sangue vai estar nas mãos de vocês”. 

Mesmo a melhor das ideias vai ter que competir com riscos. Cabe a quem está liderando a mudança se responsabilizar e resolvê-los. Mas, esperar ter um produto impecável e à prova de erros para lançá-los, provavelmente impediria qualquer ideia de sair do papel.

O Novo Incomoda

Assim que surgiu, o AirBnb incomodou (e muito!) a indústria hoteleira. 

Porém, mais de ¾ da oferta de hospedagens da empresa estão onde não existem redes hoteleiras. Ou seja, não há uma ofensa direta a esse mercado.

Trazendo para os desafios reais do RH, por exemplo, nós temos uma grande demanda por profissionais de tecnologia e pouca oferta.

Isso inflacionou os pacotes de remuneração destes profissionais e também exigiu que estivéssemos dispostos a tratá-los diferente para não perdê-los para o mercado. 

Basicamente é tratar pessoas diferentes de formas diferentes. 

Em situações assim é comum enfrentar resistência, como o AirBnb enfrenta até hoje. E muitas empresas também, quando precisam fazer uma gestão situacional das coisas

A nossa postura deve ser de dialogar e explicar que uma coisa não compete com a outra e que ambos podem conviver beneficamente. Apenas mantenha em mente qual problema você está resolvendo. 

Fica claro como a trajetória de inovação, definitivamente, não é linear. Ela é cheia de altos e baixos e devemos estar cientes do preço a ser pago por quem quer, de fato, inovar. 

Falei com mais detalhes sobre as lições de inovação do negócio da AirBnb que podem inspirar o RH, em um vídeo que vai ao ar no meu canal no YouTube nos próximos dias. 

Agora, vamos conferir as práticas que a empresa adotou para gestão de talentos pós pandemia.

Novas Políticas de Gestão de Pessoas

A pandemia exigiu das empresas uma série de mudanças e adaptações para que pudessem manter (ou mesmo aumentar) seus resultados. 

Agora, imagine qual não foi o desafio para uma empresa de hospedagens, com as viagens paralisadas?

Brian Chesky, CEO e cofundador da empresa, disse em entrevista para a CNBC no início de 2020 que eles demoraram 12 anos para construir o negócio do Airbnb e “perderam quase tudo em questão de quatro a seis semanas”. 

O início foi difícil e a startup americana precisou reduzir em aproximadamente 25% seu quadro de colaboradores. 

Após esse “susto” inicial, a empresa viu os números de reserva voltarem a subir e se igualarem ao que eram antes da crise. Era hora de se reestruturar e se preparar para o futuro.

As novas políticas de gestão de pessoas da AirBnb podem ser resumidas em uma única palavra: flexibilidade

Em abril deste ano a empresa anunciou que seus funcionários poderão trabalhar de qualquer lugar do mundo, literalmente. 

Além de poderem optar por trabalhar em casa ou no escritório, os quase 6 mil colaboradores que compõem o quadro da empresa também poderão viajar e trabalhar em 170 países a partir de setembro, permanecendo por até 90 dias. 

Para os que sentem falta da interação com os colegas, uma das maiores queixas de quem ansiava retornar ao trabalho presencial, a AirBnb comprometeu-se em organizar encontros e eventos presenciais, para que as relações não fiquem apenas no digital. 

Outra medida foi unificar os salários por país, mantendo a remuneração, mesmo que o colaborador decida se estabelecer em um local onde o custo de vida é menor. 

Para o CEO da empresa, restringir a contratação a um raio de distância em torno dos escritórios é limitar muito o seu potencial de atrair e reter talentos. E mesmo com os escritórios fechados, a AirBnb teve “os dois anos mais produtivos de sua história”. 

Faz sentido, afinal, se não fosse o trabalho flexível a AirBnb não teria se recuperado tão rapidamente. Tudo isso colabora para o fortalecimento da cultura empresa de gerar conexão e pertencimento, em qualquer lugar do mundo.

Na sua opinião, qual é o maior desafio do “anywhere office”? 

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